Justiça anula eleições antecipadas na Câmara da Baía da Traição e mantém Ronaldo do Mel na Presidência até 2026


A política da Baía da Traição foi sacudida por uma decisão contundente do juiz Judson Kíldere Nascimento Faheina, da Comarca de Rio Tinto, que anulou as eleições antecipadas da Mesa Diretora realizadas em 1º de janeiro de 2025 e determinou que o vereador Ronaldo do Mel continue como presidente da Câmara até 31 de dezembro de 2026.

A sentença derruba por completo a articulação construída por um bloco de vereadores alinhados ao ex-prefeito Serginho Lima, que, segundo relatos internos, teria incentivado a tentativa de assumir o controle da Casa por meio de normas consideradas inconstitucionais, irregulares e repletas de vícios insanáveis.

A Justiça ainda impôs multa de até R$ 100 mil para qualquer parlamentar que tentar desobedecer a determinação.

Eleições para 2026, 2027 e 2028 foram anuladas por violar a Constituição

O magistrado suspendeu imediatamente todos os efeitos das eleições antecipadas que definiram presidentes para os anos 2026, 2027 e 2028, classificando o movimento como uma manobra destinada a engessar a Câmara e manter o controle político por três legislaturas.

O juiz apontou diversas irregularidades na Emenda à Lei Orgânica criada para viabilizar a manobra:

  • Não houve duas votações, como exige a Constituição;
  • Não foi respeitado o intervalo mínimo de dez dias entre os turnos;
  • Comissões não emitiram parecer;
  • O fracionamento do mandato em apenas um ano viola o princípio da simetria com a Constituição Estadual;
  • A votação antecipada de mandatos futuros afronta o princípio da contemporaneidade, que impede que uma legislatura faça amarras políticas para outra.

Segundo a sentença, permitir a mudança retiraria de Ronaldo do Mel um ano inteiro de mandato legítimo, configurando dano institucional irreparável.

“Grave dano institucional”: juiz aponta tentativa de aprisionar o Legislativo

Na decisão, o magistrado afirma que validar as eleições irregulares resultaria em:

  • Consolidação de práticas presumivelmente ilegais;
  • Criação de expectativas artificiais de poder;
  • Comprometimento da autonomia do Legislativo;
  • Desorganização do funcionamento democrático da Câmara.

Multa de R$ 100 mil para quem descumprir a ordem

A decisão estabelece punição rigorosa:
R$ 1 mil por dia, até R$ 100 mil por vereador, caso algum parlamentar tente:

  • Manter os efeitos da eleição anulada,
  • Realizar novas votações antecipadas,
  • Impedir o exercício do mandato de Ronaldo do Mel.

A sentença sinaliza que não haverá tolerância para novas tentativas de interferência indevida na Mesa Diretora.

Derrota pesada para o grupo político da prefeita e do ex-prefeito

A decisão representa uma derrota significativa para o grupo comandado pelo ex-prefeito Serginho Lima, que mantém forte influência sobre parte dos vereadores e da gestão municipal.
Nos bastidores, a eleição antecipada de três futuras Mesas Diretoras era tratada como uma estratégia para blindar aliados e assegurar domínio sobre o Legislativo até 2028.

Com o despacho judicial, toda a articulação desmorona, deixando o grupo politicamente exposto pela tentativa de impor normas irregulares, manipuladas e contrárias à Constituição.

Ronaldo do Mel é confirmado como presidente legítimo até 2026

A Justiça restabeleceu a normalidade institucional ao determinar que:

  • Ronaldo do Mel permanece presidente da Câmara,
  • Seu mandato segue até 31 de dezembro de 2026,
  • Nenhuma nova Mesa Diretora poderá ser eleita antes do prazo constitucional.

A decisão fortalece a autonomia do Legislativo e impede que o poder político na Baía da Traição continue sendo moldado por arranjos internos sem respaldo legal.


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