Polícia Federal desarticula quadrilha que transportava cocaína em aviões na Paraíba e outros estados


A Polícia Federal deflagrou, na manhã desta quinta-feira (18), uma operação para cumprir 61 mandados judiciais contra uma organização criminosa envolvida com o tráfico interestadual de drogas e esquemas de lavagem de dinheiro. Segundo as investigações, os suspeitos usavam até aviões para transportar as drogas entre os estados.

Ao todo, estão sendo cumpridos 31 mandados de busca e apreensão e 30 mandados de prisão nos estados da Paraíba, Rio Grande do Norte, São Paulo, Mato Grosso do Sul, Paraná e no Distrito Federal. Cerca de 150 policiais federais participam da ação.

As investigações tiveram início a partir da análise de dados de operações anteriores, que apontaram que ordens para a prática de crimes eram emitidas pela liderança do grupo de dentro de um presídio na Paraíba.

Segundo a Polícia Federal, a organização criminosa utilizava rotas terrestres e aéreas para o transporte de drogas. Os investigados compravam aeronaves e estruturavam uma logística para o envio de grandes quantidades de cocaína das regiões Norte e Centro-Oeste do país para o Nordeste.

O grupo é suspeito de envolvimento em pelo menos três grandes apreensões recentes de entorpecentes, incluindo dois flagrantes de aeronaves transportando cerca de 400 quilos de cocaína cada, ocorridos no estado do Tocantins, além de uma apreensão terrestre na Paraíba.

Ainda de acordo com as investigações, a organização mantinha uma sofisticada engenharia financeira para ocultar a origem ilícita dos recursos. Os suspeitos utilizavam “laranjas” e empresas de fachada para movimentar valores milionários e adquirir bens de alto valor, como aeronaves e veículos de luxo.

A Justiça determinou o bloqueio de contas e ativos financeiros dos investigados até o limite de R$ 4,8 bilhões, além do sequestro de diversos bens móveis e imóveis. Os envolvidos poderão responder pelos crimes de tráfico de drogas, associação para o tráfico, lavagem de dinheiro e organização criminosa, cujas penas podem chegar a 30 anos de reclusão.

A operação foi batizada de “Hangar Fantasma”, em referência ao modus operandi do grupo, que utilizava empresas fictícias e terceiros para registrar e ocultar a real propriedade de aeronaves e hangares empregados na logística do tráfico, operando uma frota aérea “invisível” aos mecanismos de controle financeiro.

Jornal da Paraíba

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