Brasileira é vítima de tráfico humano e está presa no Camboja há sete meses, denuncia mãe


Atualmente presa em uma penitenciária, Daniela não tem contato com a mãe desde o início do mês e vai ser julgada por tráfico de drogas no dia 23 de outubro. A família tenta correr contra o tempo para organizar advogados que representem a filha no julgamento e também tenta retorno do Itamaraty que, conforme o relato, não responde contatos desde o dia 6 de outubro.

O sonho do emprego que virou pesadelo

Natural de Minas Gerais, a família de Daniela veio para a Paraíba antes da filha. Somente em novembro de 2024 que Daniela, arquiteta formada, em busca de emprego, chegou a João Pessoa, para passar um período com a mãe. Myriam contou ao g1 que nesse período a filha enviou várias vezes currículos em vagas na internet e encontrou uma vaga que particularmente chamou atenção.

Era uma vaga temporária para trabalhar como telemarketing no Camboja. O período do trabalho poderia se estender até um ano. Daniela ficou muito interessada porque não conseguiu outras vagas entre o mês que chegou à Paraíba em janeiro de 2025. Por isso, aceitou a oferta, embarcando para a Ásia no fim de janeiro.

A mãe foi contra a ida desde o início, mas apoiou mesmo assim, devido a um combinado que fez com a filha de sempre manter a comunicação com ela por um aplicativo de mensagens e o envio regular de vídeos e fotos do local. Logo nos primeiros dias no Camboja, no entanto, Myriam já desconfiou, graças a essas imagens.



“Eu achei tudo estranho desde o começo. O lugar era isolado, cheio de beliches, e disseram que esperavam mais pessoas para começar o trabalho”, relatou Myriam.

Em fevereiro, a mãe e a filha mantiveram o pacto de envio de mensagens constantes e imagens, o que até aliviou um pouco a sensação de desconfiança. Mas, no começo de março, as coisas começaram a mudar de vez.

“Recebi uma mensagem dizendo: ‘Oi, mãe, estou muito triste’. Não era ela. Daniela sempre me chama de ‘mamãe’. Foi aí que desconfiei”, lembrou Myriam.

A mulher conta que os supostos golpistas assumiram o controle do celular e do notebook de Daniela, enviando mensagens para ela e para a outra filha, Lorena, pedindo dinheiro sob o pretexto de uma rescisão contratual no trabalho como telemarketing.

“Disseram que ela tinha sido demitida e precisava pagar uma multa de US$ 4 mil. Nós acreditamos, achando que era verdade, e acabamos transferindo o dinheiro. Foram R$ 27 mil no total”, afirmou.

A prisão injusta por tráfico de drogas e o adoecimento na penitenciária
De acordo com a mãe, pouco depois de enviar o dinheiro para os supostos golpistas, recebeu uma ligação da filha, que desde a transferência do montante não havia entrado em contato mais. Ela conta que a própria Daniela relatou ter sido detida injustamente por tráfico de drogas no Camboja.

G1
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