Em meio à crise, trabalhadores dos Correios entram em greve na Paraíba


Os trabalhadores dos Correios na Paraíba, reunidos em assembleia nesta terça-feira (16), decidiram entrar em greve geral, por tempo indeterminado. A decisão ocorre em meio à crise que afeta a empresa em todo o país, com reflexos no estado.

Em nota, os funcionários da empresa afirmaram que "Os trabalhadores dos Correios não aceitarão ameaças, chantagens, demissões ou fechamento de unidades como saída para uma crise que não foi criada pela categoria".

Entre as reivindicações, os funcionários cobram a direção da empresa por reajuste com base na inflação do período, a manutenção do atual Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) e o benefício de fim de ano conhecido como “vale-peru”. Também reclamam de estarem há seis meses em negociação, sem avanços.

Além disso, em nota, os trabalhadores repudiaram declarações do ministro da Casa Civil, Rui Costa, que segundo eles, em declaração feita no âmbito do Tribunal Superior do Trabalho (TST), afirmou que, caso os trabalhadores dos Correios entrem em greve, o governo pautaria a privatização da empresa.

"Trata-se de uma chantagem explícita contra o direito constitucional de greve e de uma ameaça inaceitável, que busca impor o medo e o constrangimento como método de negociação", diz a nota.

Crise nos Correios

Enfrentando uma crise financeira gravíssima e nacional, os Correios diminuíram significativamente os investimentos na Superintendência da Paraíba. Também houve uma queda acentuada no Índice de Qualidade Operacional (IQO), que saiu de 93,53% em 2024 para 82,96% em 2025.

De acordo com dados obtidos pelo Jornal da Paraíba, por meio da Lei de Acesso à informação (LAI), até setembro de 2025 a Empresa Pública investiu, na Superintendência estadual, apenas R$ 1.211.564,26 nas áreas de bens e obras, segurança, tecnologia e veículos.

Trata-se do menor valor dos últimos cinco anos, ficando bem abaixo dos R$ 9 milhões investidos em 2024. Mesmo com a atualização dos números nos meses de outubro, novembro e dezembro, a tendência é de retração expressiva.

Jornal da Paraíba
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